quarta-feira, 4 de julho de 2007

Contando estórias com um pouco de história no meio...

O caos me persegue. Ele sempre está logo ali, com um olhar zombeteiro, intimidando minha espontaneidade, meus atos e minhas escolhas. Sempre vivi numa bagunça danada, família desestruturada, pobreza de sobra e um monte problemas.

Mas não vou começar a vomitar tudo isso agora, tenho outros planos, minha idéia é divulgar casos, contos verdadeiros e imaginários, mesmo que seja para apenas um espectador: eu.

Escreverei sobre os meus dias a partir de agora, porém, já perdi muito tempo, algumas coisas do passado precisam ser esclarecidas, elas ainda estão zunindo aqui dentro, quero que saia. Não as quero presas por mais tempo.

Começando com minha infância... eu daria até um título e subtítulo para essa estória... e ela seria... esse mesmo que está logo abaixo.

Um Garoto com a identidade G

Infância Entristecida (prenúncios de pedofilia)

Desde o inicio eu me imaginava contando essas coisas para alguém... Uma vez ou outra cheguei a ensaiar essa façanha... mas... nunca tive coragem... nem mesmo agora isso parece ser tão simples, é só chegar e... e nada... nada vai mudar...
Eu vivia com os olhos tristes, ficava horas calado, sozinho e, não muito raro, em outro mundo... Se fosse hoje, eles iriam me chamar de "nerd". Mas o grande mistério é que eu já havia perdido algo. Não sabia o quê nem o seu valor, mas algo tinha ido embora desde muito cedo para mim. Tem realmente muita gente que acredita que criança só precisa de comida e brinquedos, e que ela nunca vai precisar conversar sobre o seu dia, sobre os seus pesadelos infantis. Alguns não têm a sensibilidade ou astúcia de perceber que, não importa o quanto fantasioso e impossível seja aquele sonho que nos deixou em pânico durante à noite, para nós, que o vivenciamos, ele é a mais pura verdade, o pavor é real, e isso nunca deveria ser negligenciado. Hoje sei que isso só ocorria porque ninguém imaginava com que cara o “bicho papão” me aparecia.